Letras do Brasil

Amigos,

Convido-os para o lançamento deste livro: 1950 – O PREÇO DE UMA COPA

É NESTE SÁBADO (25/01) a partir das 15 hs na Livraria Leitura.

No futebol, o Brasil, que ainda não conhecia Pelé nem Garrincha, choraria aquela Copa para sempre pelos pés de um tal Giggia. Se fora de campo, as batalhas foram árduas, duras e por vezes quase impossíveis, dentro das quatro linhas a ferida jamais cicatrizaria. Depois de tantos esforços para receber uma Copa do Mundo em terras abençoadas por Deus, como sempre acreditamos, o país que ainda era pouco conhecido e quase sem relevância diante das potências europeias, quase todas em fase de reconstrução após a Segunda Guerra Mundial, não admitia que pudesse sucumbir diante do vizinho Uruguai, embora todos reconhecessem na Celeste uma equipe forte e perigosa.

Apesar das diferenças desses dois Brasis, separados pelo tempo e pela história, há muito de comum que os une, sobretudo no processo desenvolvido para abrigar o Mundial de futebol. A comparação, no entanto, era difícil e fragmentada porque não havia registros nem histórias organizadas que pudessem servir de base para isso. 1950, o preço de uma Copa resgata com riqueza de detalhes, apuração in loco e boa dose de coragem de seus autores, que não eram nem nascidos naquela época, parar revirar um passado não muito feliz do Brasil esportivo. Além do texto saboroso, com histórias de pessoas que vivenciaram 1950 e os anos que antecederam o torneio da Fifa, o livro se impõe, página a página, pelo recontagem de um Brasil que muitos brasileiros não conhecem. O desafio maior, como se propõe o título, foi quantificar cada tostão investido em terrenos, construção de estádios e melhorias de infraestrutura das próprias cidades-sedes (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba e Recife) para cumprir as exigências da Fifa e, mais que isso, dos homens que se comprometeram com a competição.

Estádios foram reformados e outros erguidos do nada, como o Maracanã, palco da final de Brasil e Uruguai, num processo que mexeu com a vida das pessoas e do Rio, e cujo resultado, o Maracanã, se perpetuou por décadas. Até antes desse tsunami que colocou nossos estádios abaixo para a Copa de 2014, com a proposta de novas e mais modernas arenas, o País do Futebol forjou todos os seus talentos, de Pelé e Garrincha a Neymar, dentro desses gigantes de concreto erguidos para a Copa de 1950. Mas era outra Copa. Era outra Fifa. Era outra concepção de futebol. Até mesmo o número de participantes era bem menor se comparado com 2014: 16 contra 32. Parece impensável na edição de 2014, por exemplo, uma seleção abrir mão de vir para o Brasil. Mas foi isso que fez a França, que não aceitou jogar em lugares tão distantes do país, como Sul e Nordeste, sob temperaturas opostas.